Mãos digitando em um laptop, ilustrando a gestão de dados de forma segura com um Canal LGPD eficiente.

Como um Canal LGPD Eficiente Pode Melhorar a Atuação do Encarregado de Dados (DPO)

Como Melhorar a Atuação do DPO com um Canal LGPD Eficiente

Desde a entrada em vigor da Lei Geral de Proteção de Dados Pessoais (LGPD), o papel do Encarregado pelo Tratamento de Dados Pessoais, também conhecido como DPO (Data Protection Officer),  ganhou grande importância no cenário corporativo brasileiro. Mais do que uma exigência legal, essa função se tornou essencial para o fortalecimento da cultura de proteção de dados nas organizações.

Mas, para que o DPO possa exercer seu papel com eficácia, é necessário muito mais do que apenas conhecer a legislação. É preciso contar com estruturas que viabilizem uma atuação estratégica, eficiente e contínua. Entre essas estruturas, destaca-se um recurso muitas vezes subestimado: o Canal LGPD.

Neste artigo, você vai entender como um Canal LGPD eficiente pode transformar a atuação do DPO e contribuir para a conformidade, a credibilidade e a confiança dos titulares de dados.

O que é um Canal LGPD?

O Canal LGPD é o meio oficial disponibilizado pelas organizações para que os titulares de dados pessoais possam exercer os direitos assegurados pelo art. 18 da Lei Geral de Proteção de Dados Pessoais (Lei nº 13.709/2018). Ele desempenha um papel essencial na conformidade legal e na promoção da transparência e do respeito à privacidade dos indivíduos.

Por meio desse canal, qualquer pessoa cujos dados estejam sendo tratados pode apresentar solicitações relativas aos seus direitos, tais como:

  • Confirmação da existência de tratamento: O titular pode perguntar se a empresa está tratando seus dados pessoais;
  • Acesso aos dados: Permite que o titular obtenha informações sobre quais dados estão sendo tratados e para quais finalidades;
  • Correção de dados incompletos, inexatos ou desatualizados: Direito de manter as informações sempre corretas e atualizadas;
  • Anonimização, bloqueio ou eliminação de dados desnecessários, excessivos ou tratados em desconformidade com a lei;
  • Portabilidade dos dados: Possibilita a transferência dos dados a outro fornecedor de serviço ou produto, mediante requisição;
  • Revogação do consentimento: Caso o tratamento tenha sido baseado em consentimento, o titular pode revogá-lo a qualquer momento;
  • Eliminação dos dados tratados com base no consentimento, quando solicitado pelo titular;
  • Informação sobre as entidades com as quais o controlador realizou uso compartilhado de dados;
  • Revisão de decisões automatizadas: Direito de solicitar revisão de decisões tomadas unicamente com base em tratamento automatizado.

Além desses, o canal também deve estar preparado para receber reclamações, denúncias, dúvidas, sugestões e até comunicações formais da Autoridade Nacional de Proteção de Dados (ANPD).

Portanto, mais do que uma simples caixa de e-mails ou formulário online, o canal LGPD precisa ser um instrumento estruturado, seguro e integrado às demais áreas da organização.

A importância do canal LGPD para o DPO

O Canal LGPD representa, fundamentalmente, a principal via de comunicação entre o DPO (Encarregado de Proteção de Dados) e os titulares dos dados pessoais. Ele funciona como uma verdadeira ponte, permitindo que dúvidas, solicitações, reclamações e denúncias relacionadas ao tratamento de dados sejam recebidas, analisadas e tratadas de maneira organizada e eficiente.

Quando este canal é mal estruturado, seja por falta de clareza, pouca transparência ou difícil acesso, a capacidade do DPO de cumprir suas atribuições fica comprometida, gerando atrasos no atendimento, falta de controle sobre as demandas e, consequentemente, riscos legais para a organização. Por outro lado, um Canal LGPD bem planejado e executado pode potencializar significativamente a atuação do DPO, gerando benefícios que impactam positivamente tanto a empresa quanto os titulares dos dados.

A seguir, detalhamos as principais vantagens e funcionalidades de um Canal LGPD eficiente:

1. Centralização das demandas

Um canal unificado concentra todas as solicitações dos titulares em um único ponto de contato, facilitando a triagem inicial, a organização das demandas e a definição de prioridades. Essa centralização reduz o risco de perda de informações, evita redundâncias no atendimento e permite que o DPO monitore o andamento das solicitações de maneira clara e controlada. Além disso, favorece o cumprimento dos prazos legais previstos pela LGPD, garantindo respostas dentro do tempo regulamentar.

2. Automação e rastreabilidade

Com o uso de ferramentas tecnológicas adequadas, o canal pode automatizar diversos processos, como envio de notificações automáticas para titulares, geração de relatórios de desempenho e auditoria, além da manutenção de um histórico detalhado de todas as interações. Essa rastreabilidade é essencial para demonstrar conformidade em auditorias internas e externas, além de facilitar a identificação de gargalos ou pontos críticos no processo de atendimento.

3. Respostas mais rápidas e seguras

Ao adotar procedimentos padronizados, combinados com recursos tecnológicos, o DPO pode garantir respostas ágeis e consistentes às demandas dos titulares. Processos claros e suportados por sistemas ajudam a minimizar erros humanos, proteger dados sensíveis durante o atendimento e assegurar que as informações transmitidas estejam alinhadas com a política de privacidade da organização e as exigências legais.

4. Detecção de vulnerabilidades

O Canal LGPD também funciona como um importante mecanismo de monitoramento e identificação de possíveis falhas internas no tratamento dos dados pessoais. Demandas frequentes ou denúncias podem ser indicativos de processos inadequados, vulnerabilidades em sistemas ou mesmo brechas de segurança que precisam ser corrigidas. Assim, o DPO pode atuar preventivamente, recomendando ajustes para mitigar riscos e melhorar a governança de dados na organização.

5. Aproximação com o titular

Mais do que um simples meio de comunicação, o Canal LGPD é uma ferramenta estratégica para construir uma relação de confiança entre o DPO e os titulares de dados. Ao oferecer um atendimento claro, transparente, empático e eficiente, o DPO fortalece a percepção de responsabilidade e compromisso da empresa com a proteção dos dados pessoais, promovendo uma imagem positiva e aumentando a satisfação dos titulares.

O que torna um Canal LGPD eficiente?

Um Canal LGPD eficiente vai muito além de simplesmente disponibilizar um endereço de e-mail ou um formulário online para que o titular dos dados entre em contato. Trata-se de um sistema estruturado, integrado e seguro que permite a efetiva gestão das demandas relacionadas à Lei Geral de Proteção de Dados (LGPD), garantindo os direitos dos titulares de forma clara, ágil e confiável. Para que um canal seja considerado realmente eficiente, ele deve contemplar os seguintes aspectos:

1. Acessibilidade:

O canal deve ser de fácil localização e utilização para o titular dos dados, considerando diferentes perfis de usuários, inclusive aqueles com necessidades especiais. Isso inclui uma interface intuitiva, disponibilidade em múltiplos dispositivos (computadores, smartphones, tablets). O objetivo é remover barreiras e garantir que o titular possa exercer seus direitos com facilidade.

2. Clareza na comunicação:

Todas as informações referentes aos direitos do titular, ao procedimento para o exercício desses direitos e aos prazos envolvidos devem estar claras e acessíveis. Isso envolve a elaboração de orientações objetivas, linguagem simples e exemplos práticos para facilitar o entendimento, evitando ambiguidades ou informações técnicas que possam confundir o usuário.

3. Segurança e privacidade:

Um Canal LGPD deve assegurar a proteção dos dados pessoais do titular durante todo o processo. Isso significa garantir a confidencialidade das informações, preservar o anonimato quando solicitado, e implementar medidas técnicas e administrativas para evitar vazamentos, acessos não autorizados ou qualquer forma de divulgação indevida. Protocolos seguros, criptografia e controle de acesso são essenciais para manter a confiança do titular.

4. Protocolização e rastreabilidade:

Cada solicitação deve ser registrada com um número de protocolo único, permitindo ao titular acompanhar o andamento de sua demanda. Além disso, é fundamental manter um histórico completo de todas as interações, decisões e ações tomadas, o que facilita o controle dos prazos legais e possibilita auditorias internas ou externas. Essa rastreabilidade contribui para a transparência e a responsabilidade no tratamento dos dados.

5. Integração interna:

O canal não funciona isoladamente. É preciso que haja processos internos bem definidos e alinhados, envolvendo diferentes áreas da organização, como jurídico, TI, compliance e atendimento ao cliente. Isso garante que as solicitações sejam recebidas, triadas, investigadas, solucionadas e respondidas de forma coordenada e eficiente, evitando retrabalho ou atrasos.

6. Capacidade de resposta eficiente:

O time responsável pelo canal deve ser devidamente capacitado e contar com o suporte de tecnologias que automatizem etapas do processo, como sistemas de gestão de solicitações, alertas de prazos e ferramentas de análise de dados. Além disso, deve haver a definição clara de Acordos de Nível de Serviço (SLAs), que estabelecem prazos máximos para resposta e resolução das demandas, acompanhados por métricas de desempenho para garantir o cumprimento dessas metas.

Um canal eficiente promove a análise contínua dos dados gerados, por meio de indicadores e KPIs (Key Performance Indicators), que ajudam a identificar gargalos, tendências e oportunidades de melhoria. Revisões periódicas dos processos, auditorias internas e o uso do feedback dos próprios titulares são fundamentais para aprimorar a experiência, fortalecer a conformidade com a LGPD e garantir que o canal evolua conforme as necessidades do negócio e dos titulares.

Como o DPO pode liderar a construção de um canal eficiente

O DPO tem papel estratégico na construção e evolução do Canal LGPD. Mesmo que a área de TI ou Jurídico atue na implementação, cabe ao Encarregado liderar a definição dos requisitos e garantir que o canal esteja alinhado à legislação e aos valores da empresa.

Veja alguns passos que o DPO pode adotar:

1. Mapear os principais pontos de contato com os titulares

Entenda por onde os usuários se relacionam com a empresa: site, aplicativo, SAC, redes sociais, presencial, etc. Isso ajuda a escolher os canais mais relevantes para focar a divulgação do canal e a captação de solicitações.

2. Definir os tipos de demandas que serão tratadas

Nem toda dúvida sobre produtos ou serviços deve ser tratada via Canal LGPD. O DPO deve definir claramente o escopo do canal e treinar a equipe de atendimento para redirecionar corretamente as demandas.

3. Criar templates e respostas padrão

Ter modelos prontos, mas personalizáveis, para cada tipo de solicitação facilita o atendimento e garante consistência nas comunicações com os titulares.

4. Estabelecer prazos internos

Embora a LGPD estabeleça prazos legais (como 15 dias para responder a um pedido de acesso), o DPO pode definir prazos internos mais ágeis para manter a eficiência e surpreender positivamente o titular.

5. Treinar a equipe envolvida

Funcionários que operam o Canal LGPD ou participam dos fluxos de tratamento de solicitações devem ser capacitados não só sobre a LGPD, mas também sobre segurança da informação, atendimento e empatia.

Dicas práticas para melhorar seu Canal LGPD

1. Divulgue o canal com clareza e visibilidade

Certifique-se de que o Canal LGPD esteja amplamente divulgado em todos os pontos de contato relevantes: Política de Privacidade, Termos de Uso, contratos, formulários e comunicações institucionais (como e-mails e newsletters). Use linguagem direta e destaque visual para que o canal não passe despercebido. O titular deve saber exatamente onde e como acionar seus direitos.Use uma linguagem simples e acessível

Evite jargões jurídicos, expressões técnicas e construções complexas. A LGPD é uma lei que protege todos os cidadãos, portanto, o canal deve ser compreensível para qualquer pessoa, independentemente de sua formação. Prefira frases curtas, exemplos práticos e uma abordagem empática. Isso ajuda a construir confiança e reduz a chance de dúvidas ou retrabalho.Implemente mecanismos de autenticação eficazes

Para garantir a segurança das informações e prevenir fraudes, é fundamental adotar mecanismos que confirmem a identidade do solicitante. Isso pode incluir envio de documentos, autenticação por e-mail ou SMS, login com senha ou verificação por múltiplos fatores. É importante equilibrar segurança e usabilidade, para não tornar o processo excessivamente burocrático.Ofereça uma jornada clara e transparente

Mapeie todas as etapas do processo de atendimento e compartilhe essa informação com o titular. Informe prazos legais para resposta, etapas de validação, canais de suporte e como ele poderá acompanhar o andamento da solicitação. Um fluxo bem definido e comunicado evita frustrações e transmite profissionalismo.

2. Documente todo o processo de ponta a ponta

Mantenha registros organizados de todas as interações feitas por meio do canal, incluindo pedidos aceitos, indeferidos ou em análise. Nos casos de negativa, apresente justificativas com base legal (por exemplo, quando o dado é necessário para cumprimento de obrigação legal ou regulatória). Essa prática fortalece a conformidade da empresa e é essencial em caso de auditorias ou fiscalizações da ANPD.

3. Colete e utilize feedbacks dos titulares

Ao final do atendimento, disponibilize um espaço para que os titulares avaliem sua experiência. Questione se encontraram dificuldades, se entenderam as respostas e se sentiram respeitados em sua jornada. Use essas informações para identificar falhas, melhorar processos e tornar o canal cada vez mais eficiente e centrado no cidadão.

Conclusão

O Canal LGPD é uma ferramenta central para a efetiva atuação do DPO. Mais do que atender a um requisito da lei, ele pode se tornar um verdadeiro diferencial competitivo, ao demonstrar que a empresa respeita os direitos dos titulares e está comprometida com a transparência e a ética digital.

Para o DPO, um canal eficiente significa menos retrabalho, mais controle, mais dados para tomar decisões e uma relação mais sólida com os titulares e com a própria organização. Portanto, investir em um Canal LGPD bem estruturado é investir na própria credibilidade e segurança da empresa.

Se sua organização ainda trata o canal LGPD como uma simples caixa de entrada, talvez seja hora de repensar essa estratégia; e o DPO pode (e deve) liderar essa mudança.

Nossa solução SaaS foi desenvolvida para atender rigorosamente às exigências da Lei Geral de Proteção de Dados, oferecendo segurança jurídica, rastreabilidade e gestão centralizada das requisições dos titulares.

Fale com um de nossos especialistas e saiba como a BCompliance&Law pode ajudar a sua empresa a implementar um Canal LGPD eficiente, seguro e em total conformidade legal.

Pessoa digitando em um notebook com ícones de cadeado sobrepostos, ilustrando segurança digital no cotidiano — Canal LGPD para PMEs.

Canal LGPD para Pequenas e Médias Empresas: Como Implementar com Eficácia

PMEs também precisam de um Canal LGPD: veja como simplificar (e profissionalizar) o processo

A Lei Geral de Proteção de Dados Pessoais (LGPD) está em vigor no Brasil desde 2020, impondo obrigações legais a todas as organizações — sejam elas grandes corporações ou pequenas e médias empresas (PMEs). O ponto central da legislação é garantir que os dados pessoais dos cidadãos sejam tratados com transparência, segurança e respeito aos seus direitos fundamentais.

Enquanto as grandes empresas contam com times jurídicos e departamentos de compliance robustos, a realidade das PMEs é outra: recursos escassos, estruturas enxutas e um alto volume de responsabilidades concentradas em poucas pessoas. Ainda assim, a LGPD não faz distinções por porte: qualquer empresa que coleta e trata dados pessoais precisa estar em conformidade com a lei.

Entre as exigências mais importantes está a criação de um Canal de Atendimento ao Titular de Dados, também conhecido como Canal LGPD. Mas o que exatamente é esse canal — e como uma PME pode implementá-lo de forma eficiente, segura e profissional, sem depender de soluções improvisadas?

O que é o Canal LGPD e por que ele é obrigatório?

O Canal LGPD é o meio oficial de comunicação entre a empresa e os titulares de dados — ou seja, qualquer pessoa cujos dados estejam sendo coletados ou utilizados por sua organização: clientes, leads, funcionários, fornecedores, entre outros.

Por esse canal, os titulares podem:

  • Solicitar acesso às suas informações pessoais;
  • Corrigir dados incorretos;
  • Exigir a exclusão de dados desnecessários;
  • Revogar consentimentos dados anteriormente;
  • Apresentar dúvidas, sugestões ou reclamações sobre o tratamento de seus dados.

Este canal é uma obrigação legal, garantida pela LGPD, e a empresa deve estar preparada para receber, analisar, responder e registrar essas solicitações, mantendo um histórico organizado e acessível em caso de auditoria ou fiscalização.

Por que as PMEs não podem ignorar essa exigência?

Mesmo as pequenas empresas estão sujeitas à fiscalização da Autoridade Nacional de Proteção de Dados (ANPD), que pode aplicar multas, advertências e até medidas de suspensão de atividades em caso de descumprimento da LGPD.

Além das penalidades legais, deixar de atender adequadamente os direitos dos titulares pode gerar:

  • Perda de confiança do cliente, afetando diretamente a reputação da marca;
  • Danos reputacionais graves, especialmente em ambientes digitais;
  • Comprometimento de relações comerciais, já que muitas grandes empresas exigem que seus parceiros também estejam adequados à LGPD.

Em outras palavras: não se trata apenas de evitar multas, mas de proteger o futuro e a credibilidade do seu negócio.

Ilustração de um cadeado digital em destaque sobre circuitos e códigos binários, simbolizando a proteção de dados — Canal LGPD para PMEs.

LGPD e Pequenas Empresas: Quando é Possível Dispensar o DPO (Encarregado de Dados)?

A adequação à Lei Geral de Proteção de Dados Pessoais (LGPD) pode ser um desafio para pequenas empresas, startups e organizações sem fins lucrativos. No entanto, a Resolução CD/ANPD nº 2/2022 trouxe alívio para esses agentes de tratamento de pequeno porte ao permitir, sob certas condições, a dispensa da nomeação formal do encarregado de dados (DPO).

Microempresas, EPPs, startups legalmente enquadradas e entidades privadas com fins econômicos reduzidos podem se beneficiar do regime diferenciado. Em vez de nomear um DPO, essas organizações devem manter um canal de comunicação eficaz e acessível com os titulares de dados. Esse canal é essencial para assegurar direitos como acesso, correção, portabilidade e eliminação de dados, conforme o art. 18 da LGPD.

Importante destacar que a dispensa do DPO não elimina outras obrigações legais, e a ausência de um canal funcional pode gerar penalidades severas, como multas e sanções administrativas. O canal deve garantir clareza, segurança e rastreabilidade, e ser tratado como peça central da estratégia de conformidade. A Resolução nº 2/2022 é um avanço ao aplicar a LGPD de forma proporcional, mas exige comprometimento real das pequenas empresas com a proteção de dados.

Como implementar um Canal LGPD de forma eficiente: aposte em tecnologia especializada

Muitas PMEs pensam inicialmente em criar um simples e-mail ou usar planilhas para atender às solicitações dos titulares de dados. Embora essa possa parecer uma solução rápida e de baixo custo, ela traz riscos importantes:

  • Falta de controle sobre os prazos e status das solicitações;
  • Dificuldade em manter histórico organizado e seguro;
  • Risco de extravio de informações sensíveis ou vazamentos, ao depender de e-mails e arquivos não protegidos adequadamente;
  • Falta de rastreabilidade e transparência, o que pode comprometer a resposta à ANPD em caso de auditoria.

Por isso, a alternativa mais segura, eficiente e profissional é investir em uma ferramenta tecnológica especializada na gestão de solicitações LGPD. Veja por que essa escolha faz sentido:

1. Centralização e rastreabilidade

Essas plataformas oferecem um ambiente único para recebimento, análise e resposta às solicitações, com registro automático de cada interação. Assim, a empresa mantém histórico completo e auditável, com datas, responsáveis, documentos e evidências, conforme exige a LGPD.

2. Cumprimento de prazos legais com alertas automatizados

A LGPD exige que os titulares sejam respondidos em prazos razoáveis. As ferramentas especializadas permitem controle de SLA (tempo de resposta) com notificações automáticas para não deixar nenhuma solicitação passar despercebida — algo que dificilmente seria possível com e-mails ou planilhas manuais.

3. Maior segurança e proteção da informação

Plataformas tecnológicas para Canal LGPD são desenvolvidas com foco em segurança da informação, com criptografia, controle de acesso e armazenamento em conformidade com as melhores práticas de proteção de dados.

4. Experiência do titular mais fluida e profissional

Essas ferramentas oferecem portais dedicados, onde o titular pode preencher sua solicitação de forma simples, acompanhar o status do pedido e receber a resposta de forma segura. Isso transmite credibilidade, transparência e respeito aos direitos do consumidor.

5. Escalabilidade e adequação ao crescimento da empresa

À medida que sua empresa cresce, o volume de dados e interações também aumenta. Um sistema especializado permite escalar o atendimento com consistência, sem perder controle ou comprometer a conformidade legal.

Critérios para escolher uma boa ferramenta LGPD para PMEs

1. Simplicidade e usabilidade

  • Por que importa: PMEs geralmente não contam com equipes técnicas especializadas. A ferramenta precisa ser intuitiva e fácil de usar, tanto para o colaborador que vai operá-la quanto para o titular dos dados.
  • O que observar: Interface clara, boa experiência do usuário, menus objetivos, suporte em português e curva de aprendizado curta.

2. Gestão completa das solicitações

  • Por que importa: A LGPD exige que a empresa receba, registre, trate e responda às solicitações dos titulares — com prazos e organização.
  • O que observar:
    • Registro automático de cada solicitação;
    • Classificação do tipo de pedido (acesso, correção, exclusão, etc.);
    • Acompanhamento do status (em andamento, respondido, pendente);
    • Geração de protocolos de atendimento.

3. Alertas e controle de prazos (SLA)

  • Por que importa: A empresa deve responder aos titulares em prazos razoáveis, sob risco de sanção pela ANPD.
  • O que observar:
    • Sistema de notificações ou lembretes automáticos para evitar esquecimentos;
    • Configuração de SLAs personalizados conforme a política interna;
    • Painéis com indicadores de atendimento e pendências.

4. Segurança da informação

  • Por que importa: A ferramenta deve proteger os dados dos titulares e da própria empresa contra vazamentos, acessos indevidos ou falhas de sistema.
  • O que observar:
    • Armazenamento em ambiente seguro (criptografia, backups, servidores certificados);
    • Controles de acesso por perfil (ex: só o responsável LGPD pode ver certas informações);
    • Autenticação multifator (MFA) para administradores.

5. Portal dedicado ao titular

  • Por que importa: A ferramenta precisa oferecer um canal claro e estruturado para o titular realizar sua solicitação, sem depender de e-mails ou formulários genéricos.
  • O que observar:
    • Página ou link exclusivo para envio das solicitações;
    • Confirmação automática de recebimento da solicitação;
    • Opção de acompanhar o andamento do pedido.

6. Registro e rastreabilidade das ações

  • Por que importa: A ANPD pode exigir que a empresa comprove como lidou com determinadas solicitações. Ter registros auditáveis é essencial.
  • O que observar:
    • Log completo de atividades (quem fez o quê, quando);
    • Histórico de comunicação com o titular;
    • Relatórios exportáveis para eventual auditoria.

7. Custo-benefício para o porte da sua empresa

  • Por que importa: A ferramenta precisa caber no orçamento da PME e entregar valor compatível.
  • O que observar:
    • Planos com valores acessíveis e escaláveis (pagamento mensal ou por volume de solicitações);
    • Recursos essenciais incluídos no plano básico;
    • Suporte técnico incluso (sem custos ocultos).

8. Suporte técnico e atendimento ágil

  • Por que importa: Dúvidas e imprevistos acontecem. Você precisa contar com respostas rápidas e orientação clara.
  • O que observar:
    • Suporte em português, com atendimento por chat, e-mail ou telefone;
    • Base de conhecimento acessível (FAQ, tutoriais, vídeos);
    • Agilidade na resolução de problemas.

9. Atualizações e conformidade legal

  • Por que importa: A LGPD e suas diretrizes continuam evoluindo. A ferramenta precisa acompanhar essas mudanças.
  • O que observar:
    • Histórico de atualizações da plataforma;
    • Comprometimento com a conformidade legal;
    • Adequação às orientações da ANPD.

10. Integrações com outros sistemas

  • Por que importa: Se sua empresa já usa ferramentas de CRM, ERP ou atendimento ao cliente, a integração com o Canal LGPD pode facilitar muito a gestão.
  • O que observar:
    • APIs disponíveis;

Visualização abstrata de uma rede digital com pontos de conexão brilhantes em fundo azul escuro, representando a segurança da informação — Canal LGPD para PMEs.

Dica complementar: tenha uma Política de Privacidade clara e integrada ao Canal LGPD

Ter um canal de atendimento é essencial — mas não é suficiente. A Política de Privacidade é o documento que informa, de forma clara e acessível, como sua empresa coleta, usa, compartilha e protege os dados pessoais. Ela deve:

  • Estar disponível no site e nos pontos de contato com o cliente;
  • Explicar os direitos dos titulares;
  • Informar o canal de atendimento (com link ou acesso direto à ferramenta);
  • Refletir fielmente as práticas da empresa.

Uma boa política, integrada a um canal bem estruturado, fortalece a transparência e a confiança com seu público.

Conclusão: profissionalize sua adequação à LGPD e ganhe em segurança, confiança e competitividade

A adequação à LGPD deixou de ser uma tendência para se tornar uma necessidade operacional, jurídica e estratégica. Para as PMEs, isso não significa adotar estruturas complexas, mas sim buscar soluções práticas, acessíveis e eficazes.

Investir em uma ferramenta tecnológica dedicada ao Canal LGPD é um passo inteligente, que evita riscos jurídicos, melhora o atendimento ao cliente e mostra que sua empresa leva a sério a privacidade dos dados; algo cada vez mais valorizado no mercado.

Lembre-se: não é sobre o tamanho da sua empresa, mas sobre o tamanho da sua responsabilidade com os dados que você trata.

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